Políticas Públicas
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O que a área da saúde aprendeu com a pandemia da Covid 19?

Publicado em
11 Jan 2022
Autor
Paulo Santos
CMO
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Não resta dúvida que o enfrentamento da Covid 19 acelerou os investimentos em inovação e tecnologia na saúde. A pesquisa foi crucial para entendermos a doença e buscarmos soluções, como vacinas ou alternativas viáveis de tratamento. Nesse cenário a tecnologia despontou e foi essencial nos atendimentos e nos diagnósticos. 

Avaliando o cenário econômico de maneira simplista, podemos afirmar que destinar maiores porcentagens do PIB aos investimentos em pesquisa demonstra uma preocupação, por parte do governo, em relação aos avanços na área científica. No Brasil esse investimento gira em torno de 1,3%, nos USA 2,7%, na Correia do Sul 4,3%, no Japão 3,4%. Esses dados só demonstram a existência de uma fragilidade brasileira relacionada aos recursos destinados as pesquisas.

 

A chegada dessa pandemia no Brasil exigiu uma adaptação em praticamente todos os setores; imprensa, comércio, educação, saúde e dentre esses, o setor de pesquisa clínica. Isso levou à rápida incorporação de várias tecnologias digitais e, de acordo com os especialistas convidados para falar sobre o tema no XXII Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica (SBOC 2021), muitas dessas mudanças vieram para ficar (evento foi realizado de 17 a 20 de novembro em Salvador, na Bahia).

 

Podemos ainda destacar a possibilidade do uso da inteligência artificial (IA) no processo de recrutamento de pacientes com perfis específicos para cada ensaio clínico, apesar da necessidade de muitas adaptações, os profissionais do setor e as Organizações Representativas de Pesquisa Clínica permanecem animados. Além do crescimento disruptivo da telemedicina, o uso de outras tecnologias também aumentou ou foi introduzido durante a pandemia para viabilizar os ensaios clínicos no período, como o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) eletrônico e o envio de medicamentos diretamente aos participantes.

 

É nesse cenário que desponta o protagonismo das healthtechs, evoluções tecnológicas facilitando o acesso a dados, agilizando processos de gestão e auxiliando nos mais diversos tratamentos; porém cobrir os custos dessas tecnologias ainda é um desafio, principalmente quando pensamos em gestão de saúde pública. Mesmo com a desaceleração da economia durante a pandemia, o que se vê é um setor de inovações em saúde aquecido, investidores permanecem apostando nas tecnologias em saúde esperando resultados satisfatórios; sendo um dos temas mais importantes para o desenvolvimento de estudos e pesquisas científicas.

 

Ressalta-se ainda que o uso da tecnologia na área da saúde teve um impacto altamente positivo no que concerne a qualidade de vida dos seus usuários, trazendo maior segurança, confiabilidade e democratização do acesso aos serviços; enfim, estamos percorrendo uma estrada só de ida rumo a melhoria contínua.

 

Referências

“O impacto do investimento em pesquisa clínica e em novas tecnologias durante e após a pandemia” Fórum de Saúde Brasil – Maio/21. Jornal o Globo, Valor Econômico e Revista Época. 

“Transformação digital na pesquisa clínica – uma herança da pandemia” - Medscape - 15 de dezembro de 2021. 

“COVID-19 e a ascensão das healthtechs como ferramentas de continuidade dos cuidados e educação em saúde: uma revisão narrativa digital”. Research, Society and Development, v. 10, n. 15, e253101522709, 2021. 

Autora: Gabrielly Silva - Time de conteúdo LaVí Clinical Trials